Quero agradecer a gentileza do
caro Areton pelo envio da sua obra “nas asas da corrupção”. Confesso
que fiz uma leitura não tanto cuidadosa, atenta, como deveria, mas o suficiente
pra alguém que nunca esteve realmente antenada na política propriamente dita.
Isso não significa desinteresse pelas questões da sociedade, mas talvez uma
vida de pouca convivência com essa efervescência típica do meio militante.
Parece ser um terreno escorregadio, especialmente por tratar-se de uma política
local, onde não conheço muito bem todas as personagens envolvidas.
O
livro pode ser visto como de caráter documental. Mostra o desenvolvimento de um
longo e sério trabalho investigativo, organizado e direcionado por uma causa de
luta. Dá indícios de um sentimento forte, uma arraigada paixão pela cidade,
pelo próprio partido e por respostas justas e necessárias. Trata-se de um
esforço louvável principalmente pelas denúncias apresentadas, e também no
sentido de que nem todos se dedicam às causas públicas. A maioria não se deixa
envolver, não se expõe. Dá-se apenas ao deleite de um expectador, observador
apenas do que pode vir a lhe afetar diretamente.
O
relato me lembrou o Bhagavad Gita, no qual a batalha se dá entre parentes.
Claro que na grande obra, há uma metáfora etc ..., mas ocorre que no
texto do Areton encontram-se tantos sobrenomes que a mim são familiares e
relacionados – martins, peres, gonçalves, furtado, rosa, simplício, farias...
-, que não dá pra passar desprezado tal detalhe. É próximo de uma volta no
tempo e ponto de origem.
É
preciso talento pra escrever. O livro do Areton mostra que ele tem essa
habilidade; pesquisa – paixão – dinamismo - e um estilo irônico que não permite
a monotonia em nenhum momento. Parabéns pelo trabalho. Quando os gregos
inventaram a política devem ter pensado que seria assim, sempre, como em
Nova-Russas.
Deuseni
M. Rosa
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